domingo, 14 de abril de 2013

SER ÍNDIO


SER ÍNDIO

Não sentir frio, pois seu lugar escolhido para viver torna-se parte e ele adaptado, sem roupas ou outro artificio. A cada mudança, por ser nômade, somente os instrumentos/ferramenta artesanal de trabalho e armas, nenhuma outra posse a não ser o sentimento.
Quanto acordam, saem das ocas e recebem a luz, e logo o trabalho de caça e busca por alimentos, como não se tem como preservar, se alimentam com fartura ou com menos do que deve, mas sem reclamar esperam o outro dia.
Sem roupas e a sexualidade não desperta o sentimento de “posse”, porque sabem a quem são destinados e sem promessas ou documentos, até a morte e o solitário a sua espera.
Não tem posses, mas sabem do território que precisam para sua preservação, segurança e alimentos, ele conhece cada trilha e cada parte do rio e da floresta. Se preserva, porque não temem e não se acovardam de querer ver tudo “limpo” até o horizonte e não conseguem sujar ou defecar na agua que vão beber, seus lagos e rios.
Não utilizam a palavra não, e também não ficam cuidando de suas crianças com carinho, mas com respeito, deixam livre e elas aprendem com as pequenas coisas (sem religião e sem livros)  e assim antes dos 10 anos já possuem um senso aguçado de responsabilidade e respeito, se tornam coletivos como um imã, porque querem participar dos rituais, da magia de se pintar e dançar, porque assim são os adultos e assim todos serão, e serão felizes..
Enfim, como todo ser da fauna e da flora, de todo ser vivo, precisam do calor e do frio, da agua e do alimento, e nada mais, então o descanso que pode durar uma noite como pode ser para todo o sempre, puros, justos, perfeitos, sem nunca terem tido uma religião e nem mesmo um livro...um pássaro, uma onça, um peixe, uma arvore...uma vida.

Fotos & materia: Giorgi Denner

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