O Primitivo
O homem com certeza já sentia um enorme
prazer nos seus registros nas paredes das cavernas, e aprimorou este sentido
com a evolução. As artes visuais como o artesanato, escultura, as jóias, a
arquitetura, a pintura (o colorido) e a musica traz o atrativo do “novo”. Então
a arte em geral, de escrever, a invenção, a expressão (teatro), a ficção
(incluindo a Mitologia) mais a historia fez um elo, um anel maciço que
transcendeu a alma, libertou o ultimo sentido, e o cérebro tornou-se uma
colméia, jorrando teu mel, a criatividade pelos tempos.
Assim faltava o registro mais exato, e a
fotografia que é o cinema trouxe novos sonhos.
C Â M E R A - A Invenção dos irmãos Lumière
Os irmãos Lumière foram os primeiros a
aperfeiçoar, em 1895, um aparelho que realizava satisfatoriamente as duas
funções do cinema: registrar o movimento e projetar filmes. Inúmeras já haviam
sido desenvolvidas anteriormente.
A utilização do fenômeno da persistência
da imagem na retina deu origem ao Phénakistiscope (1832) do belga Plateau e ao
Zootrope (1834) do inglês Horner, aparelhos que funcionavam com desenhos das
fases sucessivas de um movimento.
Em 1892, o Praxinoscope do francês Reynald
possibilitou a projeção dos primeiros desenhos animados. O registro do
movimento real, no entanto, só foi possível a partir do surgimento de chapas
fotográficas suficientemente sensíveis, em torno de 1870-1880.
O americano Muybridge, o alemão Anschutz e
o francês Londe conseguiram chegar a decomposição de movimentos curtos. Em 1882
o francês Marey inventou o primeiro aparelho aparentado ao cinema: o fuzil
fotográfico.
O aperfeiçoamento da película de
celulóide, na década de 1880, permitiu finalmente, que se chegasse ao filme
propriamente dito. O americano Edison, com seu kinetograph (1890), registrou
verdadeiros curtas-metragens de cerca de 20m de comprimento.
A partir de 1893, Edison comercializou o
kinetoscope, através do que o espectador podia assistir individualmente a esses
filmes.
O Cinematografo dos irmãos Lumièri (1895)
foi o primeiro aparelho a resolver de forma simples o problema da projeção. Seu
sucesso levou a construção de aparelhos concorrentes, como os de Charles Pathé,
Leon Gaumont, André Debrie, P. Contisouza e Edson. Na apresentação publica dos
irmãos Lumière em 28 de dezembro de 1895 no Grand Café do Boulevard dês
Capucines, em Paris, o publico viu, pela primeira vez, filmes como La Sortie
dês Ouvriers de L’usine Lumiere (A Saída dos Operários da Fabrica
Lumière) e L’Arrivée D’um Train em Gare (Chegada de Um Trem Na
estação), breves testemunhos da vida cotidiana para uma platéia de 35
pessoas.
Porem, os filmes de formato Lumière e
Edson, embora tivessem a mesma largura (35mm), apresentavam perfurações
incompatíveis. Em 1909, foi adotado o padrão Edson, que era o mais racional.
Desde então, não houve mais limites para a difusão dos filmes.
Principio do Cinema
Para o registro das imagens, salvo em
casos particulares, principalmente nos filmes de animação, o cinema decompõe o
movimento através de uma serie de fotografias instantâneas, tomadas à razão de
24 poses por segundo no cinema sonoro, e de 16 por segundo no cinema mudo.
Outras velocidades podem ser utilizadas para registro de movimentos muito
rápidos ou muito lentos, ou ainda com objetivos de conseguir, durante a
projeção, efeitos de câmera ou de câmera rápida. O filme fica imóvel atrás da
objetiva da câmera durante 1/48 de segundo; estando então aberto o obturador, a
película é impressionada. Durante o intervalo seguinte de 1/48 de segundo, o
filme avança um quadro, como obturador fechado, etc.
Durante a projeção, ocorre o mesmo
processo de avanço intermitente, estando o obturador aberto (e, portanto a tela
iluminada) somente nos instantes em que o filme está parado. Por causa do
fenômeno da persistência da imagem na retina, esta alternância da tela
iluminada e tela escura não é percebida como tal, já que a velocidade é maior
do que aquela como qual o cérebro é capaz de discriminar as imagens retinianas.
Cinema em Cores
Na época do nascimento do cinema, o único
processo químico fotossensível conhecido era a transformação, sob a ação da
luz, de sais de prata em prata metálica, que produzia imagens em preto e
branco. Logo surgiu a idéia de colorir os filmes, primeiro a mão e depois
mecanicamente. Praticando em larga escala até a 1ª Guerra Mundial e mesmo
depois, tal método não resolvia o problema fundamental: como registrar e
reproduzir as “cores naturais” dos objetos filmados.
Os processos aditivos: Estes processos têm
a vantagem de chegar a cor a partir do sistema preto-e-branco. O Kinemacolor
(1911), inglês, o cronocromo ou Gaumontcolor (1912), de Léon Gaumont, o
processo Keller-Dorian, o Dufaycolor e o Rouxcolor utilizam uma ou varias
imagens justapostas, registradas e projetadas com filtros verde, vermelho e
azul. A exatidão dos tons é apenas aproximada.
Os processos subtrativos: O Technicolor.
Cronologicamente, o primeiro dos processos subtrativos, o Technicolor (surgido
em 1928 em verão bicrômica e em 1934-1935 em verão tricrônica) foi o
responsável pelo verdadeiro surgimento da cor no cinema, através do filme em
cores propriamente dito.Um divisor óptico, colocado atrás da objetiva de uma
câmera especial, permite a obtenção direta de três negativos distintos em
preto-e-branco, que correspondem às cores vermelho, verde e azul. Tiram-se três
positivos tratados de forma a aceitarem a impregnação de corantes. As imagens coloridas produzidas por estes
três positivos intermediários monocromáticos são impressas em um filme virgem.
Devido à baixa sensibilidade do processo e a complexibilidade das operações de
copiagem, este sistema é usado apenas em filmes de orçamento elevado. No
entanto, graças a sua versatilidade, o Technicolor (que se aproxima das
técnicas de impressão) garante a fidelidade das cores, e durante muito tempo
foi empregado para a feitura de copias.
O processo monopack: Em 1935, a Kodak
lançou o Kodachrome, filme reversível ainda hoje largamente empregado, que
fornece diretamente, durante a revelação, três imagens coloridas superpostas. É
mesmo mecanismo do Agfacolor, reversível lançado em 1936 pela firma alemã Agfa.
A partir de então, não é mais necessário uma câmera especial, com divisor
óptico, já que a imagem é registrada num único filme. Permanece, no entanto, a
inconveniência de partir de um original reversível. O ultimo passo foi dado com
o negativo-positivo Agfacolor (1939), o primeiro processo monopack que permitiu
realizar cinema em cores através de um processo comparável ao do
preto-e-branco.
Depois da 2ª Guerra Mundial, outros
sistemas surgiram, tais como o Gevacolor (1948), o Anscocolor, o Ferraniacolor
e, enfim, o Eastmacolor da Kodak (1951), impondo definitivamente o processo
monopack. Durante muito tempo, os negativos passaram a ser copiados em monopack
positivo ou pelo processo Technicolor; hoje não se usa mais este ultimo.
Existem atualmente três tipos de filme
negativo colorido em 35mm: Eastmancolor, Fujicolor e Gevacolor. Os países do
Leste dispõem também do Orwocolor, chamado Sovcolor na antiga URSS, fabricado
na Alemanha Oriental e bastante semelhante ao Agfacolor inicial.
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