O homem com certeza já sentia um enorme
prazer nos seus registros nas paredes das cavernas, e aprimorou este sentido
com a evolução. As artes visuais como o artesanato, escultura, as jóias, a
arquitetura, a pintura (o colorido) e a musica traz o atrativo do “novo”. Então
a arte em geral, de escrever, a invenção, a expressão (teatro), a ficção
(incluindo a Mitologia) mais a historia fez um elo, um anel maciço que
transcendeu a alma, libertou o ultimo sentido, e o cérebro tornou-se uma
colmeia, jorrando teu mel, a criatividade pelos tempos.
Assim faltava o registro mais exato, e a
fotografia que é também o cinema trouxe novos sonhos.
Raízes da Fotografia
Entre os inventos precursores do
cinema cabe citar as sombras chinesas, silhuetas projetadas sobre uma parede ou
tela, surgidas na China cinco mil anos antes de Cristo e difundidas em Java e
na Índia.
O filosofo grego Aristóteles (384 ªC.)
já conhecia o fenômeno da produção de imagens pela passagem da luz através de
um pequeno orifício. No século X, o erudito árabe Alhazen descreveu como
observar um eclipse solar no interior de uma “câmara obscura” um quarto às
escuras, com um pequeno orifício aberto para o exterior.
Os primeiros estudiosos do problema de projetar imagens foram: Roger
Bacon, Cellini e Leonardo da Vinci.
Durante a Renascença, acrescentou-se uma lente ao referido orifício, a
fim de melhorar a imagem; e a “câmara obscura” começou a se tornar cada vez
menor, até se transformar em algo portátil. No século XVII, já estava reduzida
ao tamanho de uma pequena caixa, que podia ser facilmente carregada e era muito
usada por artistas como auxiliar de pintura era chamada “lanterna mágica”,
caixa dotada de uma fonte de luz e lentes que enviava a uma tela imagens
ampliadas, inventada pelo jesuíta alemão Athanasius Kircher, e, em 1660, em
Roma, Wangenstein inventa também a lanterna mágica, na qual empregara, em vez
de luz solar, luz artificiaL.Muitos usuários da “câmara obscura” devem ter
sonhado com um modo de fixar as imagens de maneira permanente. Em 1604, o
cientista italiano Ângelo sala já havia observado o escurecimento e um certo
composto de prata por exposição ao sol. Mas permanecia o problema de como
interromper tal reação, de forma que a imagem não desaparecesse.
Em 1725, Johan
Heinrich Schulze, um professor de medicina da Universidade de Aldorf, na
Alemanha, conseguiu a primeira dessas imagens efêmeras, como parte de um
experimento não relatado. Schulze colocou ao sol um frasco com uma mistura de
nitrato de prata; quando o examinou, minutos depois, que a parte da solução que
tinha recebido raios de sol havia se tornado violeta escuro, enquanto o
restante da mistura mantinha a cor esbranquiçada original.Quando sacudiu a
garrafa, o violeta desapareceu. A seguir, Schulze colocou papel-carbono no
frasco e o expôs novamente ao sol. Mais tarde, quando removeu o carbono, lá
estavam, delineados pelos sedimentos escurecidos, os padrões esbranquiçados:
silhuetas, em negativo, das tiras opacas do papel. Sem saber ainda se a
alteração era devida a luz do sol ou o calor, Schulze refez as experiências no
interior de um forno. Não houve alteração. Obviamente, a mudança havia sido
provocada pela ação da luz. Após algumas experiências, Schulze constatou que a
luz do seu quarto era suficiente para escurecer as silhuetas, no mesmo tom dos
sedimentos que as delineavam.
Thomas Wedgwood, filho de Josiaf Wedgwood,
famoso fabricante inglês de porcelana, realizou experimentos semelhantes, no
inicio do século XIX. Colocou folhas de arvores e asas de insetos sobre papel
ou couro branco, sensibilizados com prata, e os expôs ao sol. Assim como
Schulze, ele conseguiu silhuetas em negativo e tentou, de muitas maneiras,
torna-las permanentes. Mas a luz continuava a escurecer as imagens.
Schulzes e Wedgwood estavam na pista certa. As propriedades únicas dos
átomos de prata possibilitam a formação de compostos e cristais que reagem de
forma delicada e controlável a energia das ondas luminosas. Mas, por estranho
que pareça, a prata não foi utilizada no experimento do qual resultou a
primeira imagem permanente, que poderia ser chamada de uma verdadeira
fotografia. Essa foto foi obtida no verão de 1826, por Joseph Nicèphore Niépce,
inventor e litógrafo, residente em Chalou-sur Saône, na França central.
Fotografia I
O principio da fotografia é citado como
1816, por Nicèphore Nièpce, pela enciclopédia Larousse Cultural.
Nièpce estava pesquisando um método automático de copiar desenho a traço
nas pedras de litografia a fim de facilitar o seu trabalho como litógrafo. Ele
sabia que um certo tipo de asfalto, chamado betume da Judéia, endurecia quando
exposto a luz. Dissolveu o asfalto em óleo de lavanda, um solvente usado em
vernizes, e cobriu com esta mistura um a chapa de peltre, uma liga de estanho
com antimônio, cobre e chumbo, muito usada na época para a fabricação de
utensílios finos de cozinha e mesa. Colocou sobre a superfície revestida uma
ilustração a traço, previamente banhada em óleo, para que a mesma se tornasse translúcida.
Feito isso, Nièpce expôs o conjunto à luz do sol. Este endureceu o asfalto em
todas as áreas transparentes do desenho que permitiram a luz atingir a chapa,
mas nas partes protegidas pelo traço, o revestimento continuou solúvel. Nièpce
lavou então a chapa com óleo de lavanda, para remover o betume mole e solúvel,
que não havia sido atingido pela luz. As partes que reproduziam as áreas pretas
do desenho original foram limpas até a base (ou seja, até a chapa de peltre). A
seguir, tratou a chapa com acido, a fim de fazer uma copia gravada do original.
O acido penetrou nas áreas em que o betume havia sido removido e as corroeu. As
linhas assim gravadas pelo acido retinham a tinta para fazer as copias.
Nièpce chamou seu novo processo de
“heliogravure” (do grego hélios = sol + do francês gravure = gravura). Após
utilizar muitas chapas heliográficas, Nièpce pensou que elas talvez pudessem
ter uso mais excitantes. Colocou uma de suas chapas revestidas com asfalto
dentro de uma “câmara obscura” e, apontando sua lente através de uma janela
aberta para o pátio interno, deixou-a ali durante todo o dia. Quando a chapa
foi removida e lavada a óleo de lavanda, trazia uma quase indecifrável vista de
telhados e chaminés.
Numa tentativa de melhorar a imagem reduzir
os longos períodos de exposição, Nièpce tentou inúmeros outros materiais
sensíveis a luz. Mas os resultados não eram encorajadores. Em fevereiro de
1827, recebeu uma carta de um parisiense chamado Louis Daguerre, que tinha
ouvido falar de seu trabalho e também estava interessado em gravar imagens.
Mais tarde, nesse ano, Nièpce e Daguerre se encontraram pela primeira vez.
Nièpce, com 64 anos de idade era um homem tranqüilo com uma sólida educação
clássica e de excelente formação cientifica. Daguerre, 22 anos mais jovem não
conhecia praticamente nada de ciência, mas era um pintor e cenógrafo bastante
talentoso.
Nièpce e Dagerre mantiveram
correspondências sobre seus trabalhos durante dois anos que se seguiram e, em
1829, a convite de Nièpce, tornaram-se sócios. Nos quatro anos seguintes,
trabalhavam separadamente, relatando suas experiências por carta. Infelizmente,
Nièpce não viveu para usufruir do sucesso de seu trabalho. Morreu em 1833.
Zootropio
Em 1833, o britânico W. G. Horner
idealizou o zootropio, jogo baseado na sucessão circular de imagens. Em 1877, o
francês Emile Reynaud criou o teatro óptico, combinação de lanterna mágica e
espelhos para projetar filmes de desenhos numa tela. Já então Eadweard
Muybridge, nos Estados Unidos experimentava o zoopraxinoscopio, decompondo em
fotogramas corridas de cavalo. Por fim, outro americano, o prolifero inventor
Thomas Alva Edison, desenvolvia, com o auxilio do escocês William Kennedy
Dichson, o filme de celulóide e um aparelho para a visão individual de filmes
chamado cinetoscopio.
FOTOGRAFIA II:
(photos = luz + graphein = descrever) Em 7 de janeiro de 1839, Daguerre esta
finalmente satisfeito com seu novo processo fotográfico e se dispôs a
anuncia-lo à Academia Francesa de Ciências. Conciente de sua falta de formação
cientifica, pediu a um amigo cientista para fazer a apresentação por ele. Foi
um triunfo. As fotografias que o inventor chamava de “daguerreótipos”, eram
axaminadas com espanto.
Daguerre só revelou os mecanismos do
processo fotográfico em agosto de 1929, depois que a autenticidade de seus
retratos foram postas em duvida. O material sensível à luz era o iodeto de
prata muito mais eficaz que os compostos usados por Schulze e Wedgwood.
Ele havia finalmente encontrado a solução
para o problema secular de “fixar” a imagem de maneira permanente, evitando seu
desaparecimento. Descobriu um composto químico, atualmente conhecido como
tiossulfato de sódio (o “hipossulfito” dos fotógrafos), e que não dissolvia os
produtos resultantes dessa transformação. Assim ele podia expor uma chapa,
revela-la e, antes que a luz atingisse a imagem, banha-la em um fixador para
impedir qualquer ação posterior da luz.
A exceção do processo de fixação da
imagem, o procedimento de Daguerre diferia totalmente do usado na fotografia
moderna. O daguerreótipo era uma chapa de cobre revestida com uma superfície de
prata, bem polida. Para obter a sensibilização, colocava-se uma placa, com a
face de prata voltada para baixo, sobre um recipiente contendo cristais de
iodo. Esse conjunto era fechado no interior de uma caixa. O vapor de iodo, ao reagir com a prata,
formava iodeto de prata, que é sensível a luz. Durante a exposição na câmara, a
placa gravava uma imagem que, nesse estagio, era latente uma mudança química
invisível ao olho humano.
Para se revelar à imagem, colocava-se a
chapa (com a face recoberta de prata para baixo) no interior de outra caixa, em
cujo fundo havia um prato com mercúrio aquecido. O vapor do mercúrio reagia com
os grãos expostos de iodeto de prata da chapa. Em todas as áreas atingidas pela
luz, o mercúrio formava uma amalgama ou liga com a prata. O brilho intenso do
amalgama formava as áreas claras de imagem. Nas áreas não atingidas pela luz,
nenhum amalgama se formava: o iodeto de prata, inalterado, era eliminado em um
fixador de tiossulfato de sódio, deixando o metal nu, de aparência preta, que
formava as áreas escuras da imagem.
A nitidez e a gama de tonalidades dos
daguerreòtipos constituem verdadeiras maravilhas da fotografia. A imagem é
literalmente um baixo relevo, criado pelo mercúrio. A quantidade de mercúrio,
amalgamada com a prata em cada ponto da imagem, varia diretamente com a
quantidade de luz que atingiu esse ponto da chapa. È essa formação gradual de
amalgama que cria uma gama aparentemente infinita de cinzas. O amalgama reflete
a luz como um espelho. Por essa razão, as áreas de alta luminosidade têm um
brilho incomum. Já o preto bastante forte das áreas escuras nada mais é que a
placa de prata polida que, vista do ângulo adequado, praticamente não reflete
luz. Embora o daguerreótipo continua-se a ser produzido por cerca de uma
década, o processo já estava obsoleto quando foi lançado. Em 25 de Janeiro de
1839, William Henry Fox Talbot compareceu a Royal Intution of Great Britain
para apresentar seus sistema negativo/positivo.
Talbot, um cientista amador de sólida
formação, usava uma “câmara obscura” para fazer croquis. Seus primeiros
experimentos consistiam em silhuetas produzidas por meio da colocação de
objetos sobre papel sensível a luz. A seguir, o conjunto era exposto ao sol – a
mesma técnica empregada antes por Wedgwood.
Talbot sensibilizava um papel de escrever
muito delicado, mergulhando-o numa solução fraca de água e sal de cozinha.
Quando o papel estava seco, ele o escovava com uma solução de nitrato de prata.
Cada folha passava por essa operação varias vezes. Mas, ao contrario de
Wedgwood, Talbot logo aprendeu como retardar o esmaecimento da imagem. Em suas
experiências observou que a
sensibilidade era praticamente eliminada nas áreas do papel onde havia
excessiva concentração de sal. Aplicou essa descoberta, mergulhando a folha
exposta em uma solução concentrada de sal. Um amigo, o cientista John Herschel,
levou o à “descobrir” o mesmo fixador que Daguerre havia utilizado – o
tiossulfato de sódio. A seguir, Talbot realizou mais um avanço na obtenção de
uma silhueta, conseguindo desta uma copia positiva em papel: ele colocou sobre
um pedaço de papel sensibilizado uma silhueta em negativo, ou seja, uma imagem
branca (uma folha de arvore, por exemplo), delineada pelas áreas escuras ao seu
redor. A silhueta foi colocada sobre o papel de cabeça para baixo. A seguir,
Talbot prensou o conjunto sob uma chapa de vidro e o expôs ao sol – um processo
hoje conhecido como copia-contato. A luz podia passar através da imagem branca
do negativo e, dessa forma, criar uma imagem escura na segunda folha;
simultaneamente, as áreas escuras do negativo bloqueavam a luz de tal forma que
as áreas correspondentes da segunda folha permaneciam brancas. O resultado foi
positivo semelhante ao original: uma folha escura contra um fundo branco.
Estava dado o passo fundamental para o desenvolvimento do negativo/positivo a
fotografia moderna.
O teste mais importante consistia na aplicação
dessa técnica a uma imagem gravada em uma câmara. Após expor o negativo a uma
cena exterior, Talbot fez uma copia positiva e obteve uma imagem reconhecível.
Com os materiais sensíveis utilizados nessas primeiras experiências, era
possível ver a imagem se formando durante a exposição. Talbot simplesmente
olhava o papel sob o vidro, se estava reproduzindo uma silhueta, ou espiava por
um buraco na câmara, quando tirava uma fotografia. No momento em que a imagem
negativa ficava suficientemente visível, ele interrompia a exposição.
Em junho de 1840 Talbot anunciava um
avanço revolucionário: u m novo material negativo, altamente sensível, que
gravava uma imagem latente no papel. Nada podia ser visto nesse material, após
a exposição, até que ele fosse quimicamente revelado. Talbot chamou o processo
de “calotipia” (das palavras gregas kalos = beleza + typos = impressão).
Nos anos seguintes, Talbot introduziu
inúmeros melhoramentos no seu calótipo. Aumentando a sensibilidade da câmara
sensível, foi capaz de reduzir o tempo de exposição, o que tornou possível
fotografar pessoas. Mas havia uma falha no negativo de papel: suas fibras
bloqueavam parte da luz durante a operação de copiagem, produzindo assim uma
fotografia suave e ligeiramente borrada.
Os
problemas do negativo de papel foram superados em outubro de 1847, quando Abel
Nièpce de St. Victor, primo de Niêphore Nièpce, compareceu diante da academia
de Ciências de paris para anunciar seu novo processo, no qual empregava chapas
de vidro revestidas com uma emulsão de um composto de prata em suspensão em
clara de ovo. As vantagens da chapa de vidro eram conhecidas já havia algum
tempo: o vidro não apresentava problemas de textura, tinha uma transparência
uniforme e era quimicamente inerte. Mas até essa época ninguém conseguira
encontrar um meio de fixar o material sensível em vidro. A maioria dos
fotógrafos não se entusiasmou muito como novo processo primeiras chapas de
clara de ovo eram frágeis e tão pouco sensíveis quanto ao calótipo; a qualidade
da imagem dependia de ovos frescos e as chapas eram pesadas, frágeis e de
difícil manuseio. Mas, com a descoberta de uma emulsão melhor, poucos anos
depois, os fotógrafos aprenderam a conviver com os inconvenientes das chapas de
vidro.
Em 1846, o químico francês de Louis Menard
descobriu que algodão-polvora (nitrato de celulose) podia ser dissolvido numa
mistura de álcool e éter, produzindo u liquido de grande viscosidade, que ao
secar se transformava em uma película transparente, incolor e dura. Deu a esta
substancia o nome de colódio. Os médicos passaram a usa-la imediatamente, como
material impermeável, para cirurgia. Quem primeiro pensou em usar o colódio
como emulsão fotográfica foi o químico inglês Robert Bingham, em 1850. Revestir
uma placa com colódio requeria a habilidade. Depois de derramar o colódio no
centro da chapa, o fotografo segurando pelas bordas a chapa de vidro com as
pontas dos dedos inclinava para trás e para frente até que estivesse
uniformemente coberta. Em seguida escorria o excesso de colódio em um
recipiente. A placa era então sensibilizada em nitrato de prata, exposta ainda
úmida, e imediatamente revelada. Isso porque Bingham havia descoberto que a
emulsão de colódio se tornava menos sensível à medida que secava. Por essa razão,
o processo ficou conhecido como da chapa úmida”.
A partir de 1851, quando as chapas úmidas
de colódio passaram a ser reveladas em acido pirogálico (piragalol), os tempos
de exposição puderam ser reduzidos a até 5 segundos. Como essa alta sensibilidade
permitia tirar fotos antes impossíveis, os fotógrafos se conformaram com as
inconveniências do processo.
Filmes em rolo: No inicio
dos anos de 1880, duas inovações independentes, embora relacionadas, produziram
uma chapa seca muito sensível e eliminaram a necessidade das frágeis e
desajeitadas chapas de vidro. O primeiro aperfeiçoamento foi uma emulsão a base
de gelatina. Ela mantinha sua sensibilidade mesmo depois de seca e, talvez o
mais importante, podia ser aplicada em um suporte flexível – filmes em rolo ao
invés de vidro. O filme em rolo revolucionou a fotografia, tornando-a
suficientemente simples acessível a milhões de amadores – embora os
profissionais continuassem por varias décadas usando chapas de vidro
emulsionadas com gelatina.
O mérito da popularização da fotografia
cabe, quase exclusivamente, a um único homem: George Eastman. Desde que comprou
sua primeira câmara em 1877, Eastman desaprovou o complicado processo da chapa
úmida de colódio. Inspirado em um artigo de uma publicação inglesa sobre uma
emulsão de gelatina que podia ser utilizada seca buscou meios mais simples de
fotografar. Ao iniciar suas experiências, descobriu uma emulsão de gelatina e
brometo de prata que reunia as qualidades necessárias. Eastman passou então a
desenvolver uma maquina para reprodução em massa de chapas secas.
A Popularização da Fotografia:
Percebeu também que para popularizar a fotografia, era necessário algo leve,
barato e suficientemente flexível, ou seja: o filme em rolo. Não havia nada de
novo nessa idéia, mas ninguém tinha sido capaz de produzi-lo comercialmente ate
que Eastman introduzisse o equipamento para fabrica-lo em larga escala. Surgia
o “Eastman’s American Film”, um rolo de papel revestido com uma fina camada de
gelatina. Após a revelação, era necessário retirar a emulsão do suporte opaco
de papel, a fim de produzir um negativo que a luz pudesse atravessar para fazer
as copias.
O Novo filme criou uma grande agitação entre os fotógrafos e; op que
é mais importante tornou-se possível um novo tipo de câmara fotográfica –
barata, leve e simples de operar. Em junho de 1888, Eastman lançou a Kodak,
iniciando com esta câmara uma nova era da fotografia.
Em meados do século XIX, muitos
processos fotográficos estavam sendo desenvolvidos e aperfeiçoados. O calótipo
foi o primeiro a permitir a obtenção de uma copia a partir de um negativo; a
chapa úmida de colódio tornou possível um negativo permanente em vidro. O
ambrotipo e o ferrótipo eram variações baratas da chapa úmida de colódio. Mas
quanto a qualidade da imagem – a riqueza de detalhes captadas e a ampla faixa
de gravações reproduzidas - a fotografia em preto e branco nasceu quando Louis
Daguerre criou seu primeiro processo pratico, o daguerreótipo, no ano de 1839.
“Um bom daguerreótipo”, disse Edward
Steichen, um dos mais importantes fotógrafos da atualidade “foi o processo
fotográfico mais perfeito que já existiu”. Os daguerreótipos representaram um
importante triunfo tecnológico, como se o primeiro fotografo tivesse podido
reproduzir o som com tanta fidelidade como o mais sofisticado equipamento
moderno.
Apesar dessas qualidades, os
daguerreótipos tinham seu ponto fraco, intransponível. Quando alguém os olhava,
via uma imagem em negativo, ou em positivo, ou uma combinação de ambas,
dependendo de sua posição e da direção da luz que incidisse sobre a fotografia.
Assim, os daguerrótipos, ao contrario da pintura, não prestavam a ser
penduradas nas paredes de uma sala de estar. A maneira mais simples de se olhar
um daguerreótipo era segura-lo nas mãos, deslocando-o delicadamente até que a
imagem positiva se tornasse visível. Esse inconveniente, no entanto, parecia
insignificante para as multidões que invadiam os estúdios recém abertos nos
anos de 1840, para obter seus retratos de maneira econômica e rápida.
Também houve contribuição através das
pesquisas do inglês Peter Mark e Roget e do belga Joseph-Antoine Plateau sobre
a persistência da imagem na retina após ter sido vista.